terça-feira, 23 de novembro de 2010

O QUE A BÍBLIA NOS ENSINA:

     Noutra altura João Batista disse o mesmo: "Pois eu garanto-vos que Deus, até destas pedras pode fazer descendentes de Abraão", Mat., 3, 9. A Aliança feita entre Deus e Abraão, além da “terra prometida” por Deus a Abraão, ser justamente Canaã. Inciando com Jesus o cumprimento da aliança, pois foi exatamente ali que Jesus inicia seu ministério e mais tarde a conversão de muitos, estendendo-se a aliança à todas as nações.


As bodas de Canaã sugere que o casamento seja o nosso com o próprio Jesus.
Ao olharmos atentamente para o texto, chama a atenção o fato de Jesus estar lá; ele ainda não havia iniciado seu ministério; e Maria lhe ordena que reponha o vinho. Comporta-se como se fosse a anfitriã (João 2:3-4) 
"...e faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: eles não têm vinho. E Jesus respondeu: Mulher que importa isso a mim e a vós? Ainda não é chegada a minha hora. Mas Maria, completamente à vontade ignora o protesto do filho (João 2:5). Disse a mãe de Jesus aos que serviam: fazei tudo o que eles vos disser. E os servos prontamente obedeceram, como se estivessem acostumados a receber ordens de Maria e de Jesus."
No que concerne aos Evangelhos, ele ainda não tinha ainda demonstrado seus poderes; e não havia razão para que Maria assumisse que ele os possuía. Mas mesmo que houvesse, porque deveriam tais dons, singulares e sagrados, serem empregados com um propósito tão banal? 
Por que deveria Maria fazer tal pedido à seu filho? Por que deveriam dois convidados a um casamento tomar sobre si a responsabilidade de servir; uma responsabilidade que, por costume, seria reservada ao anfitrião? A menos, é claro, que o  noivo fosse o próprio Jesus. Nesse caso seria responsabilidade sua servir o vinho.
    Outra evidência está em João 2:9-10 "O que governava a mesa chamou o noivo e disse-lhe: todo homem põe primeiro o bom vinho: e quando os convidados já os têm bebido bem, então lhes apresenta o inferior. Tu , ao contrário, tiveste o bom vinho guardado até agora". Uma conclusão óbvia é que Jesus e o noivo são a mesma pessoa. 
   

 A expressão "dar início aos milagres" do texto de João, chama a nossa atenção. O termo grego archè, traduzido por início, princípio, foi usado por João no prólogo do seu Evangelho: "No principio já existia o Verbo" (1, 1). Esta significativa coincidência induz a estabelecer um paralelo entre a primeira origem da glória de Cristo na eternidade e a primeira manifestação da mesma glória na sua missão terrena.
No primeiro sinal operado por Jesus encontra-se uma forte dimensão simbólica, acolhendo, na transformação da água em vinho, o anúncio da passagem da antiga à nova Aliança. Em Canaã precisamente a água das jarras, destinada à purificação dos Judeus e ao cumprimento das prescrições legais ( Mc. 7, 1-15), torna-se o vinho novo do banquete nupcial, símbolo da união definitiva entre Deus e a humanidade.

  O contexto de um banquete de núpcias, escolhido por Jesus para o Seu primeiro milagre, remete ao simbolismo matrimonial, frequente no Antigo Testamento para indicar a Aliança entre Deus e o Seu povo ( Os. 2, 21; Jer. 2, 1-8; SI. 44; etc.) e no Novo Testamento para significar a união de Cristo com a Igreja ( Jo. 3, 28-30; Ef. 5, 25-32; Ap. 21, 1-2; etc.).

A presença de Jesus em Canaã manifesta, além disso, o projeto salvífico de Deus a respeito do matrimônio. Nessa perspectiva, a falta de vinho pode ser interpretada como alusiva à falta de amor, que infelizmente, não raro, ameaça a união com Deus. Maria pede a Jesus que intervenha em favor de todos, pois só um amor fundado em Deus pode libertar dos perigos da infidelidade, da incompreensão e das divisões.

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